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Na Economia as coisas parecem, mas não são.

09/08/2010

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 Nos últimos 10 anos estamos vivendo momentos extasiantes com relação a nossa economia, a classe C detonou o seu poder de consumo e os dados do IBGE logo apontaram essa demanda, preocupando o Banco Central, que alertava a economia no que tange uma possível inflação de consumo. Esse crescimento de consumo se deve a melhoria de remuneração, inúmeros projetos assistencialistas, alongamento do prazo médio de endividamento das pessoas físicas e ampliação da base socialmente incluída ao acesso ao crédito. Quase que o governo conseguiu ser socialista em um mundo capitalista. Sabendo da proximidade das eleições, o governo, noticia uma serie de melhorias buscando assim a aceitação popular. Se o governo não entende de economia, imagine o povo. O cidadão perdeu a noção do senso critico relativo a nossa realidade e os problemas que poderão advir. O reflexo da crise americana nos últimos meses de 2008 e primeiros meses de 2009, em nosso país, fez com que o governo saísse por todos cantos dizendo que nós éramos o único país que conseguiu sair da crise ileso e rápido, isso em função de uma administração austera e competente da equipe do governo.Outros paises não tiveram a mesma sorte e demoraram a sair o que valoriza por demais o Brasil. Parece não é? Mas não é! Primeiro nosso pais não tem cultura exportadora, não tem cultura de investimentos em títulos imobiliários e sendo assim o impacto foi quase ínfimo a não ser nas questões de mercado comprador, pois os paises afetados deixaram de comprar nossos produtos de investirem aqui, pois estavam endividados até o pescoço. Havia até a tendência de uma nova crise em face de que os recursos oriundos dos grandes paises destinados a saná-la apenas pagaram os prejuízos, havendo agora a necessidade deles para a reconstrução. Por isso que ainda existem brasas ardendo dessa enorme fogueira econômica. Essa é a razão de nossa sobrevivência, adicionado a queda dos preços das comodities, fazendo com que as grandes empresas sofressem baques. Porém, o povo acreditou no governo. As informações democratizadas apresentaram apenas a faceta mais convincente da realidade, mas não a mais correta. Dados do IBGE relativos a crescimento da produção industrial apresentaram valores relativos espetaculares de crescimento, pois estavam comparando o período acumulado de janeiro a junho de 2010 com o mesmo período de 2009. Lógico que se os 3 primeiros meses de 2009 estavam ainda impactados pela crise financeira americana, com resultados negativos ou insignificantes, se comparados com resultados positivos os valores relativos serão altos. Outra confirmação parece, mas não é. Isso coloca em cheque as noticias do governo e de seus estatísticos. Porque não comparamos o acumulado de 2010 com o de 2008, o resultado será bem diferente. Os resultados do primeiro semestre da produção industrial mensalmente ou no acumulado assustam e nos faz ficar na expectativa de que se nada for feito para reverter a atual situação: Cenário incerto de mercado externo; retração de investimentos; elevação do custo do capital de giro para as empresas; câmbio desfavorável; carga tributária elevada com viés de aumento e infraestrutura inadequada perderemos a competitividade e poderemos entrar em recessão. Muitos de vocês me chamarão de pessimista, dizendo que a situação está excelente, pois o comércio varejista está em ascensão. Vocês sabem a causa? É simples. A ampliação da base de consumidores por assistencialismo e de democratização do crédito fizeram e fazem efeito, mas temos que tomar cuidado, pois é uma faca de dois cumes. Cresce o consumo e cresce a inadimplência. È bolsa de tudo que é jeito. A candidata do governo disse em seu discurso que vai criar um outro imposto para substituir o famigerado CPMF e disse que a bolsa família irá se transformar em salário. As contas públicas estão despedaçadas, vai ser difícil juntar os cacos. Com a política do Banco Central em relação aos juros, irá sem duvida nenhuma fazer crescer o endividamento das pessoas, extrapolando os limites do razoável. Os atuais cenários nos mostram um sinal de extremo alerta, por isso já acontecem os sinais de desaquecimento.