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Na Economia, nem tudo que reluz é ouro.

17/03/2011

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O Brasil comemorou o crescimento econômico de 7,32% relativo ao PIB, no comparativo do acumulado de Janeiro a dezembro de 2010, com o acumulado de janeiro a dezembro de 2009, que levou o nosso país a ser a 7ª economia mundial.

Se fizermos uma análise fria, só se baseando em números, tanto absoluto como relativo, a comemoração do governo é corretíssima. Os números não mentem jamais.

Porém, se formos investigar esse crescimento, iremos deparar com alguns gargalos e dilemas. Senão vejamos, a crise americana começou formalmente em outubro de 2008 e terminou formalmente, gosto de frisar formalmente, em abril de 2010. Nesse período de 2010, não houve crescimento, os valores eram negativos e para quem analisa o primeiro semestre do ano e o segundo semestre, sabe muito bem, que o inicio sempre é um período de ajuste e a partir de agosto a curva torna-se ascendente devido às comemorações de fim de ano. A crise afetou o mercado externo brasileiro, que apesar de não ter cultura exportadora, sente falta de ingressos monetários oriundos das transações comerciais, principalmente de commodities, fazendo com que houvesse desinvestimentos na economia, não só por retração de mercado e queda de preços, gerando prejuízos, mas também por ser um ano eleitoral, cheio de incertezas. O empresário moderno que tem visão não é bobo, ele retraiu por precaução esperando dias melhores, com isso caiu investimentos e poupanças. Como a comparação pode ser válida por uma análise qualitativa, impossível. Em 2009 o PIB cresceu 0, 26%, se fizermos a conta certa o Brasil teve um crescimento de 3,79% nos dois anos e esta é a análise correta e não os 7,32% cantado a todos os cantos. Porém o marketing tem que ser feito e é positivo para o retrato do país no exterior e assim tem que ser feito. Vocês assistiram o filme Tropa de Elite 2, não preciso falar nada, o Sistema é que é importante. Em Juiz de Fora, também ocorreu um fato similar, o crescimento do ICMS no acumulado do ano comparado com o ano de 2009 em numero índice foi de 18,22%, isto ocorrido por um dado positivo ocorrido em setembro, mês em que houve uma série de ações do fisco para aumentar receitas, mas como o período para a indústria não vinha bem, chegamos matematicamente aos 18,22%. A indústria de Juiz de Fora neste composto cresceu apenas 5,76% já que em 2009 ela tinha crescido 3,85%. A indústria brasileira cresceu cerca de 10,5%. Mas teve gente que declarou que a indústria de Juiz de Fora, cresceu 20%. Nós que moramos aqui, não percebemos isso através de sensibilidades e nem através de estatísticas, mas todo mundo engoliu. A cidade continua na mesma, comandada por 3 mega empresas tanto no aspecto interno como externo, já que a totalidade produz o de costume. A especificidade da indústria de Juiz de Fora é a da indústria de transformação, concentrada no setor de metalurgia. As grandes agora estão voltando a investir por necessidade e sinais de aumento de demandas internacionais no campo das commodities. No mês de janeiro em Minas a indústria já teve uma queda no faturamento de 5,35% (Fiemg), a retração das vendas no mercado nacional e no exterior foi às causas de queda. O PIB para 2011 já foi desenhado e talvez chegue a 4,5%. A situação é estável, mas temos que estar atentos no seguinte ditado: nem tudo que reluz é ouro.