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Em um sistema econômico eu tenho que ser bonzinho?

25/03/2011

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Brasil o país das maravilhas, que todo o mundo admira e reconhece, chegando ao ponto de até o presidente dos EUA elogiar o nosso presidente anterior denominando-o de “O Cara”. Perdoamos divida de países pobres, emprestamos dinheiro a países vizinhos, emprestamos dinheiro ao FMI, deixamos navios estrangeiros descarregaram containeres de lixo e nós com falta de aterros sanitários e agora recebemos mão de obra qualificada de outros países sem restrições.

O desemprego é um problema mundial não posso negar, pois nunca haverá o pleno emprego, que alguns fanáticos andam pregando pelos séculos. O Brasil foi considerado pelas matrizes de países estáveis como escola para formação em Gestão Empresarial de gestores com potencial de carreira e sucesso. Conseqüentemente, muitas matrizes continuam a enviar executivos de ponta ao Brasil, por um período de cinco anos, para testar a sua capacidade gerencial: quem se sai bem no país, se sai bem em qualquer lugar do mundo, assim o pensamento nos corredores lá fora.

Assistindo o Jornal Bom Dia Brasil da Globo, os jornalistas apresentavam a noticia de que o Brasil estava deixando entrar no país cerca de 57.000 profissionais de vários países para trabalharem aqui, pois estamos vivendo a era do apagão de mão de obra qualificada.

Elogiaram, frisaram que haveria intercâmbio de culturas, que esse profissional iria contribuir para melhorar o nosso rebanho de yuppies. Temos em nosso universo empresarial cerca de 5milhões 958 mil empresas, sendo que 98% é micro e pequenas empresas. Este é o quadro. Os 2% deveriam ao invés de demandarem os 57.000 profissionais de outros países que vieram para cá para aprenderem e outros para se empregarem, pois em seus países o bicho ta pegando, deveriam investir na mão de obra  jovem disponível no mercado através das seguintes formas: estágios, programas de trainee ou outros modelos. Eu disse investimento e não custo. O que está acontecendo é que as empresas estão gerando custos e os recursos aplicados irão para os países de origem. Os outros países não permitem que você vá lá trabalhar dessa forma exagerada. Brasileiro é bonzinho.

Precisamos sim, aprender a preparar profissionais disponíveis para as vagas em aberto e não simplesmente fazer o que estão fazendo.

Não existe em nosso país um planejamento estruturado para o nosso crescimento, tudo que é feito é na base do apagar incêndio. As empresas deveriam investir em pareceria com o governo e com as instituições de ensino em projetos que viabilizassem a capacitação de nossos jovens e que ofertassem ao mesmo a oportunidade de crescerem e obter sucesso em sua vida profissional. O exemplo do Egito deveria ficar martelando nas cabeças desses atores de desenvolvimento, lá a opressão de mercado ao jovem com curso superior provocou a revolta desses jovens contra o atual regime governamental.

Outra questão é que dos 98% de micro e pequenas empresas, 80% não tem grandes capacidades de gestão e ai como fica em definir uma ação. Como demandar o que não sabem demandar. O SENAI e outras entidades dos sistema S não possuem bola de cristal para adivinharem o que as empresas precisam. Existe o apagão sim, mas existem também  inúmeras barreiras para que haja falta de mão de obra qualificada.

Esse problema de mão de obra é secular, pois nas décadas de 80 e 90 já havia crises semelhantes só que as autoridades e a iniciativa privada fizeram vista grossa e não fizeram planejamento e nem investimento para a situação melhorar, isso contribuiu para que a bolha viesse estourar agora.

Não adianta tentar crescer a taxas semelhantes a China e não temos um programa para equalizar a falta de mão de obra qualificada, temos que investir pesado na formação desses jovens talentos, preocupamos muito com o ensino fundamental do corpo do chão de fabrica e esquecemos das cabeças pensantes e da cabeça empresarial. Ainda bem que esses fatos estão acontecendo, existe tempo para solucionar, mas que seja como o Flash, porém nunca esquecendo que a velocidade é muito importante , mas a direção é imprescindível.

O Brasil não pode continuar a ser bonzinho senão vira piada de cachorrinho.