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A Comunicação e a Humanização das Empresas.

06/01/2012

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Quando apontamos um problema correlacionado com o cliente interno da empresa, o conhecido “colaborador”, ou o cliente externo (qualidade total) ouvimos:

“Houve falta de comunicação…”

Esta é uma das frases que todos nós ouvimos com mais freqüência é a desculpa esfarrapada.

A falta ou má comunicação é efetivamente uma das maiores causas dos problemas que as nossas organizações enfrentam nos dias de hoje, muito bem lembrada pela palestrante Inácia Soares em um seminário de gestão empresarial, junto com Willian Caldas promovido pelo Centro Industrial de Juiz de Fora em 2011.

Mostrou a todos a importância da comunicação em todos os seus sentidos, o que nos fez refletir e aprofundar no assunto.

É aqui que reside efetivamente um dos maiores problemas da nossa sociedade. Comunicamos sem contacto humano. Será que existe realmente a relação capital/trabalho.

Este modo de vida, imposto pela sociedade ou escolhido conscientemente ou não por nós, torna-nos verdadeiras máquinas sem sentimentos ou com eles bastante reprimidos. E quando nos é solicitado que comuniquemos com os nossos semelhantes, fazemo-lo de uma forma fria e programada, se o fizermos.

É assim que vivemos com os nossos semelhantes, a quem chamamos colegas de trabalho, durante um terço da nossa vida. Naturalmente que num ambiente destes, o prazer que poderíamos tirar da nossa atividade profissional é muito baixo ou nulo, e o descontentamento profissional enorme e causador de mudanças constantes de emprego.

Vemos exemplos de colegas que são demitidos algumas vezes por causas injustas, por interesses obscuros e até a questão dos aposentados que continuam com direitos junto à empresa no tocante a plano de saúde e a empresa tenta de toda maneira eliminá-lo, tirando-lhes todo o direito adquirido, por meio de tratos ilegais, cadê a tão falada ética. Quando o bicho pega recorrem as entidades de classe para que as mesmas as defendam, é a vida. As empresas desconhecem esses concidadãos e não lhes comunicam nada, deixando-os acéfalos, tiram-lhes o direito de cidadania.

É nesta área que as empresas mais têm de investir. Na formação em comunicação dos seus quadros superiores e intermédios bem como, em menos quantidade ,mas ainda não menos necessário, no restante pessoal da empresa. Saber comunicar é um requisito das organizações deste século.

Ensinar as pessoas, a saber, dar o verdadeiro sentido à sua comunicação é essencial para eliminar, ou pelo menos, reduzir o número de problemas causados pela má comunicação e pela pura falta desta nas empresas.

Um dos exemplos mais chocantes do dia a dia é o caso dos  aposentados que deram sua vida a empresa e deveriam ter considerações da mesma. Esquecem os gestores que a empresa quanto maior, mais faz parte de uma comunidade e que esta comunidade cobra-lhes atitudes. Um exemplo bonito de se conhecer é o meu caso: formei-me no Granbery e quando falei com o meu antigo amigo Reitor Roberto, que eu era Ex-Granberiense, ele não aceitou ficou bravo e disse: você é Gramberiense e não Ex, não existe essa palavra por aqui. Continuo mantendo vínculos indiretos com a instituição, nunca morrerá. O mesmo caso do aposentado que faz ainda parte da história da empresa, tem seu valor de ser respeitado e não rejeitado, isso sim é preconceito. Temos muito que aprender, aconselho a essas pessoas que pensam ao contrário a fazer o programa do SEBRAE/MG, o SEBRAE Ideal e assim tornar-se humano.

O olhar mais para as pessoas como pessoas, na sociedade ou dentro de uma organização, é uma necessidade cada vez maior nos nossos dias. Não podemos continuar a pensar em pessoas como meros números, que se comportam de acordo com estereótipos pré-definidos e acordados, e desprovidas de emoções e sentimentos próprios. As organizações precisam de se humanizar rapidamente, o futuro está a nossa porta, temos que dar sustentação as novas gerações, é nossa obrigação, chega de Poncio Pilatos neste mundo.

E a humanização passa pelo conhecimento de nós próprios e pelo conhecimento dos outros, enquanto nossos semelhantes, com similaridades e diferenças que fazem de nós, raça humana, a mais criativa e brilhante.