Quando exerci o cargo de Superintendente de Comércio Exterior do Estado de Minas Gerais, no governo do então Excelentíssimo Governador Hélio Garcia, vinha tomando conhecimento da estrutura da pauta de exportação brasileira e ficava abismado, éramos produtores basicamente de matéria-prima (produtos básicos), viajei o Estado visitando as principais indústrias e confirmei o fato. Rebelde em meus projetos imaginei em minha gestão que poderia mudar a pauta similar de Minas Gerais e fiz algumas inserções e fui duramente reprimido, pois os recursos maiores(financeiros) são de investidores estrangeiros que fluem recursos para produção de produtos básicos que seriam transformados em manufaturados e retornariam ao nosso país com valores agregados.
Essa foi uma das variáveis, porque a outra é que não detemos de tecnologia e dinheiro para mudarmos a nossa pauta e assim durante séculos a curva da pauta é a mesma.
Atualmente a pauta de exportação brasileira é a seguinte: Produtos Básicos (Baixo valor agregado): 47,88%; Produtos Semi-Elaborados: 16,25% e Produtos Elaborados: 35,87%.
Só vamos poder mudar esse viés evitando a deteriorização em determinados setores de nossa indústria investindo em Inovação.
Vemos os exemplos dos países asiáticos, que nos mostram que o investimento em inovação é o único atalho para o ganho de competitividade em escala global.
Logicamente que temos que ter incentivos do governo e assim disponibilizamos algumas informações para que você busque se inovar:
- a. Fapemig
Programa: Pró-Inovação – parceria Fapemig/BDMG;
Proptec – Parceria Fapemig/BDMG;
Edital Fapemig -16/2011 – Programa Estruturador de Rede de Inovação Tecnológica a mestres e Doutores.
No site (WWW.fiemg.com.br) você encontra a Cartilha para Inovação que vai orientá-lo.
- Programa AMITEC – Programa de Apoio à Melhoria e Inovação Tecnológica das Empresas de Minas Gerais. – IEL/Sistema Fiemg; Fapemig e Sebrae/MG.
- FINEP
Programa Inova Brasil – Programa de Incentivo à Inovação nas Empresas Brasileiras;
Chamada Pública MCTI/SECIS/FINEP/FNDCT – Cooperação Empresa –ICT- Tecnologia Assistiva – 01-2011.
- d. BNDES
BNDES – Finem – Linha de Capital Inovador (Foco Empresa);
BNDES – Finem – Linha de Inovação Produção;
BNDES – Finem – Linha de Inovação Tecnológica (Foco no Projeto).
BNDES Automático;
Cartão BNDES;
Funttel – Fundo para Desenvolvimento Tecnológico das Empresas de Telecomunicações.
- e. IEL – Instituto Euvaldo Lodi.
Assessoria as Empresas Mineiras sobre Inovação.
(Tecnologia, produto,processo,modelo de gestão,método de organização e mercado.)
Gestão da Inovação na Indústria;
Mobilização Empresarial pela Inovação (CNI, FINEP,SEBRAE, e NR da MEI em MG);
Propriedade Intelectual;
Parcerias Tecnológicas;
AMITEC e Programa Juros Zero.
Site: inova.iel@fiemg.com.br
A nível federal, o país lançou o Plano Brasil Maior, lançado em agosto de 2011, que trouxe novas diretrizes para a política industrial brasileira. O objetivo é aumentar a competitividade dos produtos nacionais a partir do estimulo à agregação de valor. Uma das principais medidas anunciadas é a redução da alíquota para o INSS de 20% para 0% até o fim de 2012 em setores com intensa mão de obra, como móveis,de calçados e artefatos, de confecções e de software, o plano prevê também estímulos a inovação a partir da desoneração tributária do imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de bens de investimentos.
Viu com não estamos como o sapo no buraco, temos informações e precisamos tomar atitudes de praticá-las, como investir em inovação e ser competitivo.
Mas vocês me perguntariam, o que é inovação? Para grande parte das empresas, trata-se do conhecimento que tem valor de mercado. Mais ainda, saber criar valor e isso pode se dar em um produto, um método de produção, um processo ambiental sustentável, um instrumento
de financiamento e por fim a gestão inovadora, porque não! Viu como é fácil entender o conceito, enfim, não é atributo exclusivo da transformação e do campo da tecnologia.
As transformações atuais no mercado mundial no levam a tomar medidas urgentes de que precisamos investir em inovação, é uma exigência mercadológica.
Ela reduz os custos, aumenta produtividade e amplia a oferta de nossos produtos e serviços, estimula a circulação próspera da economia. As empresas serão mais competitivas, participaram de novos mercados e irão gerar inúmeros empregos, elevando o nível da renda de nossos concidadãos e do governo através de impostos.
Temos que reverter o quadro passado em que somente 1% das empresas brasileiras investia em PD – Pesquisas e Desenvolvimento, é o momento que as empresas busquem investir em pesquisa e tecnologia, não deixe o que tem que fazer hoje para fazer amanhã, pois amanha pois, você poderá não existir.
O Nosso país viveu décadas de instabilidade econômica e teve poucos e curtos períodos de crescimento, fatores como o câmbio, juros reais e carga tributária, foram os vilões da história e continuam adversos. Temos problemas de infraestrutura, mão de obra de baixa qualificação, insegurança jurídica, burocracia excessiva, juntos eles tentam e conseguem inviabilizar o nosso desenvolvimento, que só pode ser vencida pela inovação.
Gente o que eu estou tentando estimular junto a vocês é assimilar a cultura inovadora tão ausente nos dias de hoje. Temos que competir globalmente, apesar de nosso baixo índice de participação nas exportações mundiais: 3%. Estamos galgando a posição de 6ª economia mundial vivendo de commodities é um absurdo. Os desafios serão maiores e a nossa capacidade de vencê-los dependerá da ousadia empresarial de inovar.