Juiz de Fora e a Região da Zona da Mata tiveram enormes perdas irreparáveis este ano de pessoas extremamente ligadas ao crescimento e desenvolvimento, que com certeza farão falta e deixaram um enorme buraco negro de competência e visão.
José Alencar Gomes da Silva, Itamar Augusto Cautiero Franco e Francisco Antonio de Mello Reis, são estes ícones, que em idéias convergiam para o mesmo norte.
José Alencar exemplo de cidadania lutou bravamente contra a sua doença, levando consigo a bandeira da esperança, demonstrando uma garra pela vida de dar inveja. Lutador incansável contra a elevada taxa de juros brasileira, que inviabiliza o processo produtivo nacional, restringindo investimentos e poupança. Defensor do empresário responsável, buscando sempre um melhor ambiente negocial, tanto no mercado interno como externo, José Alencar é fonte de referência na historia de nossa economia.
Com larga experiência e conhecimento neste processo, pois foi empresário de sucesso no ramo têxtil, vestuário e meias, com inúmeras plantas industriais em nossas federações, José Alencar ainda dedicou parte de seu tempo a Federação das Indústrias de Minas Gerais, com uma atuação singular, criando vários CATs, unidades em prol do trabalhador industriário, via SESI e SENAI. Nessa ocasião pude trabalhar com ele como membro do Conselho de Comércio Exterior da Federação, representando a Secretaria Estadual da Indústria e Comércio do Estado, mais conhecido por ele como Príncipe. (carinho dele para comigo). Participei de inúmeras reuniões empresariais com ele e Mello Reis. Tive também a oportunidade de intermediar missões empresariais do Centro Industrial de Juiz de Fora as suas unidades fabris no nordeste. Seu exemplo de dedicação empresarial serve para todos nós e deve ser seguido para que consigamos buscar a excelência. Sua veia também tinha uma conotação política, pois queria servir a esse país que lhe deu tantas oportunidades na vida, participamos de sua campanha para Governador de Minas Gerais, donde não obteve êxito, mas logo fora convidado pelo então candidato a presidência da república, o Cara e aceitou, dando transparência ao governo. Sua falta será sempre sentida, pois não temos ninguém igual ou semelhante que lute em defesa dos empresários e de nossa sociedade, estamos órfãos. Sua luta contra a morte foi invejada, deu um exemplo de vida e de luta até o ultimo suspiro. Itamar Franco, engenheiro, estadista, guerreiro,franco,visionário,desenvolvimentista, um homem de valor e para quebrar paradigmas Baiano de nascença e Mineiro de coração, exerceu os cargos de prefeito, Governador,Senador e Vice-Presidente da República. Quando Prefeito de Juiz de Fora,
fez obras importantíssimas para a nossa cidade, como a Av. Independência e a ligação com a Rua Santo Antonio. Quando Governador implantou os projetos do Aeroporto Regional situado entre as cidades de Goiana e Rio Novo e o Expominas, dois vetores de desenvolvimento. Obras de magnitude para a região tão esquecida. Itamar Franco era a esperança de dias melhores para a nossa comunidade no exercício do Senado e quem sabe no futuro a Presidência de novo. Na Economia foi o salvador da Nação, participando ativamente da realização do Plano Real que atualmente já é de vários donos, todos querem uma casquinha, mas a verdade é que este mineiro de coração, tem seu nome lá. Tive uma ligação com Itamar Franco de amizade longitudinal, ele me respeitava e eu a ele, eu o chamava sempre de “Meu Presidente” e me cumprimentava como todo mundo” Barão”. Vi através da TV Panorama uma reportagem com Sergio Rodrigues sobre o nosso Presidente Itamar e fiquei emocionado, não só pelas lembranças mas pelo excelente trabalho desenvolvido pelos profissionais da TV. O trabalho foi realizado no extraordinário Memorial Itamar Franco. Fico triste que neste país existam pessoas que vivem criticando-o sobre todos os aspectos, mas no fundo sabem que ele é de valor e que marcou a nossa história, na maioria são paulistas e cariocas.
Por fim, meu padrinho político e mental Francisco Antonio de Mello Reis, o maior visionário, correto e integro homem que conheci, lógico depois do meu querido e saudoso pai, Nelson Castro do Nascimento. Francisco Antônio, um grande sonhador que fazia o possível e o impossível para concretizar seus sonhos, afinal era um ser ativo e vivo, pois só os mortos não sonham. O conheci quando era Diretor da
Empav – Empresa Municipal de Pavimentação de Juiz de Fora em sua administração como executivo municipal e ai começou a admiração.
Fizemos vários projetos importantes para a cidade, viajamos buscando investimentos, como foi o caso da Bicicleta Monark, o caso do Estádio Municipal no bairro Borboleta, que virou cartodromo, as ruas asfaltadas, praças e jardins,ponte de Manoel Honório, Mergulhão, Rodoviária, a Mendes Junior, a Mercedes Benz, enfim uma série de obras tanto econômicas, como de lazer e cultura. Na União como Deputado Federal foi constituinte e teve participação ativa. Como Secretário Estadual da Indústria e Comércio de Minas Gerais, Mello Reis dedicou sua administração a Juiz de Fora e a região da Zona da Mata, viajamos junto pelo mundo em busca de investimentos e divulgação de nossa
cidade e região. Trabalhador incansável, me dizia que preferiria ser sempre prefeito de Juiz de Fora do que ser Secretário de Estado, pois neste cargo todo mundo manda e o prefeito tem autoridade plena. Chamava-me de menino grande, pelo meu estilo inconfundível de ser rebelde e teimoso. Mas sempre fui o seu escudeiro e hoje sinto muito a sua falta, afinal quem não tem padrinho morre pagão. Nossa relação era de família, pois a sua preciosa esposa, Vera Lúcia de Mello Reis, foi minha professora de História Econômica na UFJF, Faculdade de Economia, bons tempos. Mello gostava muito de cantar e a noite na secretaria cantávamos as músicas do Livro de Musicas para Violão do BEMGE, quem não conhece. Sempre tivemos outro personagem histórico junto o meu amigo e de Mello, Don. Felipe Abrão, empresário da cidade de Bicas, que com a sua polidez fazia a diferença em nossas participações empresariais. Vamos realmente sentir falta de todos eles, pois estamos com falta de lideres no país e especialmente em nossa cidade e região, a renovação não dá sinal nenhum de vida, a única coisa que ficou foi à esperança de novos dias e a gratidão de ter vivido com tão nobres pessoas. Tenho o dito.