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Juiz de Fora e Região está de luto: Os Três Mosqueteiros do

02/03/2012

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Juiz de Fora e a Região da Zona  da Mata tiveram enormes perdas irreparáveis este ano de pessoas extremamente  ligadas ao crescimento e desenvolvimento, que com certeza farão falta e  deixaram um enorme buraco negro de competência e visão.

José Alencar Gomes da Silva, Itamar Augusto Cautiero Franco e Francisco Antonio de Mello Reis, são estes ícones,  que em idéias convergiam para o mesmo norte.

José Alencar exemplo de cidadania  lutou bravamente contra a sua doença, levando consigo a bandeira da esperança,  demonstrando uma garra pela vida de dar inveja. Lutador incansável contra a  elevada taxa de juros brasileira, que inviabiliza o processo produtivo nacional, restringindo investimentos e poupança. Defensor do empresário responsável,  buscando sempre um melhor ambiente negocial, tanto no mercado interno como  externo, José Alencar é fonte de referência na historia de nossa economia.

Com larga experiência e conhecimento  neste processo, pois foi empresário de sucesso no ramo têxtil, vestuário e  meias, com inúmeras plantas industriais em nossas federações, José Alencar  ainda dedicou parte de seu tempo a Federação das Indústrias de Minas Gerais,  com uma atuação singular, criando vários CATs, unidades em prol do trabalhador  industriário, via SESI e SENAI. Nessa ocasião pude trabalhar com ele como  membro do Conselho de Comércio Exterior da Federação, representando a  Secretaria Estadual da Indústria e Comércio do Estado, mais conhecido por ele  como Príncipe. (carinho dele para comigo). Participei de inúmeras reuniões  empresariais com ele e Mello Reis. Tive também a oportunidade de intermediar  missões empresariais do Centro Industrial de Juiz de Fora as suas unidades  fabris no nordeste. Seu exemplo de dedicação empresarial serve para todos nós e  deve ser seguido para que consigamos buscar a excelência. Sua veia também tinha  uma conotação política, pois queria servir a esse país que lhe deu tantas  oportunidades na vida, participamos de sua campanha para Governador de Minas  Gerais, donde não obteve êxito, mas logo fora convidado pelo então candidato a  presidência da república, o Cara e aceitou, dando transparência ao governo. Sua  falta será sempre sentida, pois não temos ninguém igual ou semelhante que lute  em defesa dos empresários e de nossa sociedade, estamos órfãos. Sua luta contra  a morte foi invejada, deu um exemplo de vida e de luta até o ultimo suspiro. Itamar Franco, engenheiro,  estadista, guerreiro,franco,visionário,desenvolvimentista, um homem de valor e  para quebrar paradigmas Baiano de nascença e Mineiro de coração, exerceu os  cargos de prefeito, Governador,Senador e Vice-Presidente da República. Quando Prefeito de Juiz de Fora,
fez obras importantíssimas para a nossa cidade, como a Av. Independência e a  ligação com a Rua Santo Antonio. Quando Governador implantou os projetos do  Aeroporto Regional situado entre as cidades de Goiana e Rio Novo e o Expominas,  dois vetores de desenvolvimento. Obras de magnitude para a região tão  esquecida. Itamar Franco era a esperança de  dias melhores para a nossa comunidade no exercício do Senado e quem sabe no  futuro a Presidência de novo. Na Economia foi o salvador da Nação, participando  ativamente da realização do Plano Real que atualmente já é de vários donos,  todos querem uma casquinha, mas a verdade é que este mineiro de coração, tem  seu nome lá. Tive uma ligação com Itamar Franco de amizade longitudinal, ele me  respeitava e eu a ele, eu o chamava sempre de “Meu Presidente” e me cumprimentava  como todo mundo” Barão”. Vi através da TV Panorama uma reportagem com Sergio  Rodrigues sobre o nosso Presidente Itamar e fiquei emocionado, não só pelas  lembranças mas pelo excelente trabalho desenvolvido pelos profissionais da TV.  O trabalho foi realizado no extraordinário Memorial Itamar Franco. Fico triste  que neste país existam pessoas que vivem criticando-o sobre todos os aspectos,  mas no fundo sabem que ele é de valor e que marcou a nossa história, na maioria  são paulistas e cariocas.

Por fim, meu padrinho político e  mental Francisco Antonio de Mello Reis, o maior visionário, correto e integro  homem que conheci, lógico depois do meu querido e saudoso pai, Nelson Castro do  Nascimento. Francisco Antônio, um grande  sonhador que fazia o possível e o impossível para concretizar seus sonhos,  afinal era um ser ativo e vivo, pois só os mortos não sonham. O conheci quando era Diretor da
Empav – Empresa Municipal de Pavimentação de Juiz de Fora em sua administração  como executivo municipal e ai começou a admiração.

Fizemos vários projetos  importantes para a cidade, viajamos buscando investimentos, como foi o caso da  Bicicleta Monark, o caso do Estádio Municipal no bairro Borboleta, que virou  cartodromo, as ruas asfaltadas, praças e jardins,ponte de Manoel Honório,  Mergulhão, Rodoviária,  a Mendes Junior,  a Mercedes Benz, enfim uma série de obras tanto econômicas, como de lazer e  cultura. Na União como Deputado Federal foi constituinte e teve participação  ativa. Como Secretário Estadual da Indústria e Comércio de Minas Gerais, Mello  Reis dedicou sua administração a Juiz de Fora e a região da Zona da Mata,  viajamos junto pelo mundo em busca de investimentos e divulgação de nossa
cidade e região. Trabalhador incansável, me dizia que preferiria ser sempre prefeito  de Juiz de Fora do que ser Secretário de Estado, pois neste cargo todo mundo  manda e o prefeito tem autoridade plena. Chamava-me de menino grande, pelo meu  estilo inconfundível de ser rebelde e teimoso. Mas sempre fui o seu escudeiro e  hoje sinto muito a sua falta, afinal quem não tem padrinho morre pagão. Nossa  relação era de família, pois a sua preciosa esposa, Vera Lúcia de Mello Reis,  foi minha professora de História Econômica na UFJF, Faculdade de Economia, bons  tempos. Mello gostava muito de cantar e a noite na secretaria cantávamos as  músicas do Livro de Musicas para Violão do BEMGE, quem não conhece. Sempre  tivemos outro personagem histórico junto o meu amigo e de Mello, Don. Felipe  Abrão, empresário da cidade de Bicas, que com a sua polidez fazia a diferença  em nossas participações empresariais. Vamos realmente sentir falta de  todos eles, pois estamos com falta de lideres no país e especialmente em nossa  cidade e região, a renovação não dá sinal nenhum de vida, a única coisa que  ficou foi à esperança de novos dias e a gratidão de ter vivido com tão nobres  pessoas. Tenho o dito.