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Nem tudo que reluz é ouro.

01/06/2012

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Muita comemoração, festas e foguetes, afinal o Brasil é a 6ª economia mundial, não perguntem por que, vivam o momento, as razões não importam, a sociedade precisa disso, lógico os políticos também. Lembra-me a escolhinha do professor Raimundo (Chico Anysio), o aluno foi acertando tudo e ia levar um 10(dez), porem no fim escorregou e levou 5. O Brasil caminhava a passos largos em 2010, projeções mirabolantes para um país emergente, muitos míopes e ingênuos, fazendo com que somente percebesse alguma distorção mais tarde do que os outros. O ano de 2011 foi bem fraco o desempenho de nossa economia e ainda sentimos o baque, continuamos enfrentando dificuldades. O desempenho da nossa economia nos primeiros três meses foi negativo, apresentando um valor relativo de 3%. Estamos vendo que a capacidade de utilização de nossa indústria está em baixa, porém com elevadíssimos estoques, devido a não venda (faturamento), o que leva um sintoma ruim denominado de estagnação. A estatística de crescimento de produção industrial em 2011 foi à seguinte: (Fonte: IBGE) 1. BRA: 0,3 % 5. U.E.: 3,5 % 9. CHILE: 5,4% 2. EUA: 4,2 % 6. RUS: 13 % 3. JAP: -3,5 % 7. IND: 4,8 % 4. ALE: 8 % 8. CHI: 13,7% A projeção do crescimento da produção industrial este ano pela CNI é de 1,5%, demonstrando o arrefecimento dos meios de produção. Em fase dos acontecimentos espera-se que o crescimento do PIB este ano seja de 3,1%, base otimista. As medidas recentes do governo brasileiro para acelerar o nosso crescimento, como a taxação de alguns produtos importados, protegendo a indústria nacional, a redução dos juros, o aumento do prazo de empréstimos, melhorando o crédito no país, visam incentivar o consumo e o investimento tão baixos, como nunca dante vistos. O aumento da renda do brasileiro e os sinais de aumento da demanda nos mostram um setor de serviços em alta, mas não o setor da indústria, isso devido à liberdade da comercialização dos importados, tem muita política nisso. A liderança do setor industrial se manteve durante 8 anos, isso é até 2010 e agora a queda é continua. Essa queda chamada de desindustrialização é um fenômeno natural em países avançados, onde os serviços também respondem pela maior fatia de geração de valor e emprego. No nosso caso é diferente, pois o setor de serviços não tem valor agregado, ele cresce pelo volume, nas não pela qualidade financeira, exemplo: cabeleireiro, manicure, massagista, etc, o que precisamos é de concentrarmos em tecnologia de informação. Tenho ouvido falar muito na mídia que a indústria nacional precisa se reinventar para aumentar a sua eficiência e competitividade, pois se continua assim vai perder espaço para os nossos concorrentes emergente. Concordo plenamente, porém o governo tem que fazer o seu dever de casa e não só o empresário, precisamos urgentemente e digo urgentemente de uma reforma tributária e trabalhista. Nossa economia está devidamente presa a venda de produtos básicos e de commodities, valores baixos, sem tecnologia. Os produtos importados contem avanços eletrônicos e tecnológicos e por isso que o mercado os consome mais do que os nossos produtos. Em resumo, nosso problema é que além da crise na Europa que nos impacta bastante e o câmbio, ambos dificultando a nossa retomada, nós apresentamos duras questões estruturais, logística, de energia elétrica, educação e uma resistência a renovação e inovação, apesar dos incentivos (Custo Brasil). No inicio de junho deste ano, começamos a sentir indícios e uma reindustrialização, porém acredito que somente em um período de 3 anos é que conseguiremos estar bem. Volto a afirma que não temos uma Política Industrial, um planejamento interno e externo, o governo pune cruelmente o empresário que ouse a fazê-la, tributando-o injustamente. Teríamos um quadro mais favorável se o governo incentivasse a realização de fusões e aquisições e joint-ventures. O industrial em sua visão holística tem que investir forte em tecnologia nas áreas com grande consumo e que os importados não façam frente. Não sei se entenderam a diferença da realidade para a política, nem tudo que parece ser, o é. Nossa economia anda muito devagar, não sei se é por causa da influência do Barrichello, o brasileiro tem essas coisas, mas a lentidão é muito aparente, quase ultrapassa os limites da paciência. Sentimos na pele que apesar de todas as medidas que o governo está tomando para retomar o crescimento, não estão sendo suficientes, vimos o empresário muito preocupado, na expectativa dos acontecimentos mediante as incertezas, existe o medo de se endividar. Para finalizar é preciso uma reflexão do governo mediante os resultados de agora, temos que rediscutir as reformas estruturais, pois outras ações pontuais não estão surtindo efeitos esperados e temos que sobreviver.