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Capacitação e Qualificação sob uma visão ampla.

06/10/2017

Rawpixel 378006 Unsplash

Estamos vendo um valor relativo bem expressivo de desemprego no País, em torno de 12%, gerando aproximadamente cerca de 13 milhões de desempregados, isso assusta pois agrava crise econômica do país.
O conceito de cadeia, prevalece no campo macroeconômico, pois tudo depende de algum fator. Esse número representativo de desempregado gera inúmeros problemas econômicos e sociais. Famílias endividadas, retração do consumo, aumento de inadimplência, aumento de juros, restrição do crédito, assaltos, furtos, roubos, assassinatos, etc. As recessões causaram sérios problemas na economia e a recuperação é lenta e somente se dará em 2019.

Vimos a cada dia ser reafirmado que independente de outros fatores econômicos como variáveis exógenas (externas) e variáveis endógenas (internas) de nosso ambiente, a educação continua sendo o principal entrave para uma recuperação dos setores produtivos, centrada nos investimentos em nossa educação de ensino fundamental.

Como existem dois Brasis, as classes econômicas carentes ficam esquecidas nas políticas de educação, somente os abastados conseguem adquirir conhecimentos e buscarem o que mais dignifica o homem, o Trabalho (Emprego). Salários baixos, pouco motivador em funções operacionais, tem trazidos vários conflitos na relação capital/trabalho.

Concluímos então que o foco é a educação e a sua política. Como reverter isso? Vejo um outro problema que vai além da Educação, que é a Cultura. Conhecemos modelos dos EUA aonde a prioridade é o secundário e no Japão o primário. Porque não criamos um modelo hibrido, ou tentamos aplicar o modelo japonês, já que o nosso atual é bem parecido com o dos EUA, com algumas restrições econômicas.

Sem base, o trabalhador não consegue criar e inovar, pois não detém conhecimento bastante para reverter a situação. Vivemos um período em nossa economia de não produtividade na economia. Com isso, o Brasil não consegue vencer inúmeras concorrências no mercado externo, visto ter seus custos inflados. Parte representativa desse problema é a mão de obra brasileira não qualificada e não capacitada. A qualificação ficaria com o conceito da educação forte na base, poder entender os processos e errar menos. Capacitada seria o complemento da mão de obra, se diferenciando dos demais, visto o autopoder de visão e competência, possibilitando-os serem mais competitivos, gerando maximização de lucros nos empreendimentos, bem como, redução significativa de custos produtivos, aliás estamos vivendo a era da competência, da informação e dos dados.

Outro resultado do desemprego é a volta acelerada da economia informal, conhecida conceitualmente como economia invisível. O governo para disfarçar sua política econômica, quando anuncia aumento de geração de empregos, leva em consideração a economia informal, o que destoa a realidade dos fatos. Os empresários em uma economia capitalista buscam incessantemente a maximização dos lucros, a reforma trabalhista aprovada vem corroborar com essa ação, porém, no quadro social o pensamento é outro, existem enormes falácias sobre o assunto. O equilíbrio capital/trabalho é uma das falácias, pois não se admite pessoas sem qualificação, não se retém talentos na empresa, pois capacitação gera delta financeiro e aí está o problema. Eu não vou investir nele, porque depois ele sai da minha empresa e vai para outra por migalhas, ouço sempre isso. Será real? Se entendermos que uma ferramenta administrativa como o Plano de Cargos e Salários possibilitara a eliminação desse gargalho porque então não o fazemos.

Temos que mudar nossos paradigmas, temos que enxergar que o trabalhador é o nosso valioso colaborador para que alcancemos nossos objetivos. Somente assim, teremos o equilíbrio capital/trabalho.
Outra coisa que me chama a atenção é a amplitude da Capacitação. Capacitação somente do trabalhador ou capacitação também do empresário. Segundo estatísticas do Sebrae, cerca de 89% das empresas fecham por falta de capacitação de gestão. O compromisso é de ambos os lados.

O ditado: “Nada se cria, tudo se copia”, pode ser um caminho a tomar como uma das várias soluções para o caso. Porém, temos que usar o conceito do Benchmark, copia-se o que dá certo, evita-se perder dinheiro no tempo. No Japão existem a mesclagem de trabalhadores em função de experiência e idade. Junta-se o conhecimento de um senhor de mais idade com um jovem, o resultado é bem profícuo. No Brasil reclama-se de que as pessoas que se formam na faculdade não têm conhecimento de chão de fábrica e aí não o contratam ou o contratam no subemprego. A solução está aí, mesclando. E você ainda ganha um futuro talento na empresa formado de acordo com suas políticas.

Esperamos que com templo consigamos no país superar essa deficiência cultural para podermos através de um modelo hibrido, adotar políticas educacionais que visem reverter o quadro atual da geração de emprego e renda.