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Perspectivas para a economia brasileira.

13/06/2009

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Muitos repórteres me perguntam: Como irá comportar a economia em 2010 e eu respondo: Não sou a mãe Diná, mas se tudo permanecer constante no segundo semestre começaremos a nossa recuperação. E 2011? Ai, vocês estão querendo demais, não tenho bola de cristal, só canto Fellings.
O cenário macroeconômico está ficando menos nebuloso por essas bandas. O risco de uma profunda e prolongada recessão não acontecerá no Brasil. Estamos em recessão, mas teremos uma lenta retomada de crescimento, tão lenta como foi para descobrir que a crise iria nos afetar. A razão para que ficássemos assim, foi à demora de tomada de decisão do Ministério da Fazenda e Desenvolvimento, pois acreditavam que o que viria era uma marolinha. Deveríamos ter baixado os juros logo na fumaça da crise, deveríamos ter visão holística. O que salva por sorte é que o Kiko distribuiu bolsa família para todos, sim, até para mortos e aumentou o salário mínimo nunca dantes visto e ai temos consumo que mantém a produção.
O Mantega nos disse que teríamos um PIB no patamar de 4% AA e eu na minha simplicidade apontava para os repórteres os meus 2% AA e 3% para 2010. Todos ficaram assustados, pois todos querem noticias boas mesmo que fossem mentiras, coisas de nosso empresariado, 98% de micro e pequenas empresas.
Voltaremos com os juros baixos a termos demanda mundial de commodities, imóveis e investimos, isso é, retomada. O mundo agora com dinheiro está sedento por ativos reais e de risco e o Brasil é uma das opções apetitosas. Inflação baixa preserva salários e com isso o poder de compra irá se mantiver a níveis razoáveis. Temos reservas cambiais dos últimos anos de bonança, nos dando a tranqüilidade de adoção da atual política econômica do governo. Reservas altas, redução das dividas/PIB, aumento de crédito na economia, redução real da pobreza, estamos no caminho certo e atravessamos a crise apesar dos pesares com a cabeça erguida e diferenciada. Esperamos dentro em breve vários investimentos externos, em face de essa situação construída.
O dólar está perdendo valor e o nosso real está valorizando, apesar de favorecer as importações e nos trazer tecnologias, o Banco Central tem que ficar atento, pois essa tendência não é das melhores. Surgirão inúmeros desafios que os empresários terão que enfrentar, como melhoria de seus custos, qualidade e tecnologia, além dos preços, o mercado internacional irá nos privar de demanda caso o desequilíbrio cambial perdure.
Os cortes de juros correlacionados a Selic nos é favorável, pois irá promover uma retomada forte nos investimentos, não só naqueles que tinham sido interrompidos, mas em novos, gerando empregos e crescimento, nem tudo está perdido pela demora de decisão dos administradores da política monetária, a sorte as vezes ultrapassa os limites e é sempre uma variável de manga de camisa. Vamos ser otimistas e contribuir para que possamos não mais serem os últimos e sim os primeiros em uma decisão em prol do nosso país.