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Problema Secular: A Empresa Familiar

13/08/2010

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Em um país Dinossauro, tudo tende a permanecer constante por décadas: economia fechada; baixos investimentos em P&D; ausência de cultura exportadora; ausência de now-how; investimentos em infraestrutura; empresa familiar; reforma tributária; reforma previdenciária; investimento em educação; investimento em saúde; investimento em segurança; etc. As MPE´s atualmente representam 98% das 5,3 milhões de empresas formais na indústria, comércio e serviços no país, representando aproximadamente 25,8% do PIB brasileiro. Empregam conforme informações do IBGE aproximadamente cerca de 45% da mão de obra nacional com carteira assinada. Esse é o ambiente em que vivemos, cheios de contrastes. Segundo IBGE temos 9,5 milhões de empresas informais, a tal da economia invisível, (O Dieese informa que são 14,5 milhões, sem contar com os 4 milhões de pequenas propriedades rurais) não colabora em nada para o nosso país, e os governantes fingem que não vêem, pois tem até instituições financeiras, apoiadas por instituições federais que disponibilizam recursos financeiros para elas. Verifica-se então por esses dados que a maioria dos 70 milhões de brasileiros que constituem a PEA, trabalham ou tem vinculos com as MPES. A micro e pequena empresa é sem dúvida nenhuma a grande geradora de empregos, pois as médias e grandes empresas, por exigência da competitividade, automatizam-se cada vez mais e assim geram menos empregos, outro fator sensível, é a terceirização. Na América Latina, 70% das empresas deixam de existir por conflitos familiares ou societários. No meu parecer o sócio é um mal necessário algumas vezes, pois geram vários conflitos que levam as empresas ao fechamento. Nas empresas familiares existem os mortos vivos, tanto no ângulo espiritual com presencial. A 1ª geração fica na memória que nunca se apaga e a nova geração  talvez por falta de espírito empreendedor fica vagando até a morte. O problema da sucessão está longe de ser resolvido, meu amigo Afif Domingos ex-presidente do Sebrae Nacional, em conversa comigo dizia: Antonio Flavio não fique ai perdendo tempo em procurar descobrir uma formula magia para evitar a mortalidade das empresas, pois como sabemos, morrem gente todo dia e nasce gente, todo dia, no campo empresarial o fato se repete, nascem empresas e morrem empresas. Meu amigo Salej ex-presidente do Sebrae/MG foi o idealizador da ETFG/Modelo Austríaco, em Minas Gerais, pois via que poderia fazer alguma coisa para minimizar a mortalidade das MPE´S, implantando uma escola que teria como objetivo principal formar o processo sucessor entre os jovens, é uma tentativa válida. Muitos jovens que sairam da 8ª série e ingressaram na escola tornaram-se grandes empreendedores e profissionais de gabarito, face o que a escola propõe em termos de conteúdo e metodologia. Muitos empresários sofrem com esses problemas de sucessão, pois os filhos não querem seguir a tradição e ai as empresas são obrigadas a encerrar as atividades. Outras vezes são os herdeiros que não denotam nenhuma vocação e gosto pelo negócio e ai dilapidam o patrimônio familiar secular. Esses problemas são geralmente oriundos de nossa cultura, pois na Europa, o índice é de 65%, os temperamentos são extramamente cooperativos e colaborativos.Em nosso país o patriarca força o filho a ser empresário desde jovem, é uma coisa imposta, não é nata. É realmente uma pena a interrupção desse processo e podes crer que o governo tem enorme responsabilidade sobre o fato, pois com políticas econômicas errôneas criam sérios obstáculos a economia evitando a continuidade de bons projetos e  negócios, que um dia pela legislação é permissível , mas no outro dia não o é. Entretanto a noticia boa é que apesar de ser lento, como o raciocínio de Dinossauro, estamos percebendo que as coisas estão avançando, vejo como exemplo a cidade de Ubá em Minas Gerais, no que se tange ao setor produtivo de móveis. Várias empresas contrataram profissionais jovens com mestrado e doutorado para os processos de gestão, bem como, percebemos que os herdeiros também se educaram e atualizaram no mesmo nivel dos profissionais e assim contribuem com competência para o engrandecimento e desenvolvimento de suas empresas. Acho que isso irá contribuir para a minimização da mortalidade das empresas. As próprias estatísticas do Sebrae Minas, comprovam esses resultados, pois dados passados afirmavam que 70% das empresas que abriam fechavam no primeiro ano de atividade e agora representam somente 30% aproximadamente. No tocante as existentes, a mortalidade irá cair e está caindo, devido as atitudes dos fundadores que estão mais abertos às novidades e discutem o futuro de suas  empresas. A variável expectativa de vida também tem contribuído para que haja essa perpetuação da empresa. É importante à perpetuação das empresas, sua história, tanto para a família quantopara a sociedade, é motivo de orgulho para todos. Com a evolução, as empresas tornam-se mais fortes e competitivas, pois permitem um dialogo continuo para discussão de objetivos e dos processos administrativos, atualmente  já se pode ver decisões  sem conflitos nos casos de  demissão de um membro familiar.Exemplos de empresas que conseguiram e conseguem sobreviver com memórias e tradição, servindo de exemplos profícuos de empresa familiar são: A Hering e a Gerdal.