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Juiz de Fora e Região estão de luto: Os Três Mosqueteiros do Desenvolvimento partiram, estamos órfãos.

13/07/2011

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Juiz de Fora e a Região da Zona da Mata tiveram enormes perdas irreparáveis este ano de pessoas extremamente ligadas ao crescimento e desenvolvimento, que com certeza farão falta, e deixaram um enorme buraco negro de competência e visão. José Alencar Gomes da Silva,  Itamar Augusto Cautieiro Franco e Francisco Antonio de Mello Reis, são estes ícones, que em idéias convergiam para o mesmo norte.

José Alencar exemplo de cidadania lutou bravamente contra a sua doença, levando consigo a bandeira da esperança, demonstrando uma garra pela vida de dar inveja. Lutador incansável contra a elevada taxa de juros brasileira, que inviabiliza o processo produtivo nacional, restringindo investimentos e poupança. Defensor do empresário responsável, buscando sempre um melhor ambiente negocial, tanto no mercado interno como externo, José Alencar é fonte de referência na historia de nossa economia.

Com larga experiência e conhecimento neste processo, pois foi empresário de sucesso no ramo têxtil, vestuário e meias, com inúmeras plantas industriais em nossas federações, José Alencar ainda dedicou parte de seu tempo a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais, com uma atuação singular, criando vários CATs, unidades em prol do trabalhador industriário, via SESI e SENAI. Nessa ocasião pude trabalhar com ele como  membro do Conselho de Comércio Exterior da Federação, representando a Secretaria Estadual da Indústria e Comércio do Estado, mais conhecido por ele como Príncipe. (carinho dele para comigo). Participei de inúmeras reuniões empresariais com ele e Mello Reis. Tive também a oportunidade de intermediar missões empresariais do Centro Industrial de Juiz de Fora as suas unidades fabris no nordeste. Seu exemplo de dedicação empresarial serve para todos nós e deve ser seguido para que consigamos buscar a excelência. Sua veia também tinha uma conotação política, pois queria servir a esse país que lhe deu tantas oportunidades na vida, participamos de sua campanha para Governador de Minas  Gerais, donde não obteve êxito, mas logo fora convidado pelo então candidato a presidência da república, o Cara e aceitou, dando transparência ao governo. Sua falta será sempre sentida, pois não temos ninguém igual ou semelhante que lute em defesa dos empresários e de nossa sociedade, estamos órfãos. Sua luta contra a morte foi invejada, deu um exemplo de vida e de luta até o ultimo suspiro.

Itamar Franco, engenheiro, estadista, guerreiro, franco, visionário, desenvolvimentista, um homem de valor e para quebrar paradigmas Baiano de nascença e Mineiro de coração, exerceu os cargos de prefeito, Governador,Senador e Vice-Presidente da República. Quando Prefeito de Juiz de Fora, fez obras importantíssimas para a nossa cidade, como a Av. Independência e a ligação com a Rua Santo Antonio. Quando Governador implantou os projetos do Aeroporto Regional situado entre as cidades de Goiana e Rio Novo e o Expominas, dois vetores de desenvolvimento. Obras de magnitude para a região tão esquecida. Itamar Franco era a esperança de dias melhores para a nossa comunidade no exercício do Senado e quem sabe no futuro a Presidência de novo. Na Economia foi o salvador da Nação, participando ativamente da realização do Plano Real que atualmente já é de vários donos, todos querem uma casquinha, mas a verdade é que este mineiro de coração, tem seu nome lá. Tive uma ligação com Itamar Franco de amizade longitudinal, ele me respeitava e eu a ele, eu o chamava sempre de “Meu Presidente” e me cumprimentava como todo mundo” Barão”. Vi através da TV Panorama uma reportagem com Sergio Rodrigues sobre o nosso Presidente Itamar e fiquei emocionado, não só pelas lembranças mas pelo excelente trabalho desenvolvido pelos profissionais da TV. O trabalho foi realizado no extraordinário Memorial Itamar Franco. Fico triste que neste país existam pessoas que vivem criticando-o sobre todos os aspectos, mas no fundo sabem que ele é de valor e que marcou a nossa história, na maioria são paulistas e cariocas.

Por fim, meu padrinho político e mental Francisco Antonio de Mello Reis, o maior visionário, correto e integro homem que conheci, lógico depois do meu querido e saudoso pai, Nelson Castro do Nascimento.

Francisco Antônio, um grande sonhador que fazia o possível e o impossível para concretizar seus sonhos, afinal era um ser ativo e vivo, pois só os mortos não sonham.

O conheci quando era Diretor da Empav – Empresa Municipal de Pavimentação de Juiz de Fora em sua administração como executivo municipal e ai começou a admiração. Fizemos vários projetos importantes para a cidade, viajamos buscando investimentos, como foi o caso da
Bicicleta Monark, o caso do Estádio Municipal no bairro Borboleta, que virou Kartódromo, as ruas asfaltadas, praças e jardins,ponte de Manoel Honório, Mergulhão, Rodoviária,  a Mendes Junior, a Mercedes Benz, enfim uma série de obras tanto econômicas, como de lazer e cultura. Na União como Deputado Federal foi constituinte e teve participação ativa. Como Secretário Estadual da Indústria e Comércio de Minas Gerais, Mello Reis dedicou sua administração a Juiz de Fora e a região da Zona da Mata, viajamos junto pelo mundo em busca de investimentos e divulgação de nossa cidade e região. Trabalhador incansável, me dizia que preferiria ser sempre prefeito de Juiz de Fora do que ser Secretário de Estado, pois neste cargo todo mundo manda e o prefeito tem autoridade plena. Chamava-me de menino grande, pelo meu estilo inconfundível de ser rebelde e teimoso. Mas sempre fui o seu escudeiro e hoje sinto muito a sua falta, afinal quem não tem padrinho morre pagão.  Em Belo Horizonte existe uma avenida que chama Barão Homem de Melo e nós bricavamos de que essa homenagem era para mim.  Em Juiz de Fora o vereador Tico Tico prestou homenagem ao Mello Reis dando seu nome a Avenida Guadalajara. Nossa relação era de família, pois a sua preciosa esposa, Vera Lúcia de Mello Reis, foi minha professora de História Econômica na UFJF, Faculdade de Economia, bons tempos. Mello gostava muito de cantar e a noite na secretaria cantávamos as músicas do Livro de Musicas para Violão do BEMGE, quem não conhece. Sempre tivemos outro personagem histórico junto o meu amigo e de Mello, Don. Felipe Abrão, empresário da cidade de Bicas, que com a sua polidez fazia a diferença em nossas participações empresariais e sociais. O verador Noraldino admirador de Mello Reis me contou que estão desenvolvendo um Memorial de Francisco Antônio, que bom este ato, afinal ele merece muito.

Vamos realmente sentir falta de todos eles, pois estamos com falta de lideres no país e especialmente em nossa cidade e região, a renovação não dá sinal nenhum de vida, a única coisa que ficou foi à esperança de novos dias e a gratidão de ter vivido com tão nobres pessoas. Tenho o dito.