Blog

Artigo

Inadimplência a dura realidade brasileira.

06/01/2015

Numeros

Estatística é uma coisa fantástica neste País, os números não mentem, mas as pessoas que fazem os números mentem.

Existe a estatística quantitativa e a qualitativa e a base de amostragem que aprendi foi de no mínimo 12%, mas aparecem instituições que junto com o governo querem ajustar resultados e começam a mudar os valores relativos. Uns dizem que é 10%, outros dizem que é 3% e ainda mais quando não conseguem justificar números apelam para a estatística qualitativa, dizendo que o resultado é válido devido o feeling (1%).

Estou discorrendo sobre isso, devido aos números que aparecem sobre a inadimplência brasileira, que segundo o governo ou entidades politizadas afirmam que não existem preocupações, pois os números relativos chegam a 5,1% e que isso é normal.

Na minha concepção acho que um numero razoável é de 3% acima se torna preocupante, mas para eles não, me lembra a questão da marolinha.

O indicador da Serasa Experian de Inadimplência do Consumidor no período de Janeiro a Outubro de 2014 em comparação com o mesmo período de 2013 chegou a um crescimento de 14,2% o que é bastante grave. Isso leva em consideração as questões correlacionadas a cheques sem fundos, títulos protestados, dividas vencidas com bancos e dividas não bancárias, cartões de crédito, financeiras, fornecedores de energia,água e telefone no País.

Com os cidadãos endividados espera-se para 2015 que cheguemos a aproximadamente a uma taxa de 5% a 7% o que é extremamente perigoso, o que nos leva a maximizar os nossos procedimentos de seletividade, visto a conjuntura econômica que se desenha.

Existem inúmeros fatores que contribuem para que ela exista, como: Juros Altos e Prazo de Financiamento Curto; Inflação elevada devido ao excesso de consumo e outras variáveis conjunturais; Desaceleração da renda para a maioria da população; Desemprego e endividamento crescente; Incertezas quanto à futura política econômica do governo; Incentivo do governo ao consumo sem planejamento financeiro.

Temos que ter a consciência de que a inadimplência existe, cresce e se manterá no futuro, não há como ignorá-la.

Veremos um maior rigor na concessão de crédito e uma tentativa dos empresários de montar uma estratégia pára cobrar melhor.

Porém chamo a atenção para as seguintes considerações: Negociação da Divida; relacionamento com o cliente, conhecendo-o melhor; criar facilidades para o cliente liquidar a sua divida; oferecer alternativas para o cliente liquidar através de negociação a sua divida, com a realização de feirões, etc e por fim, estabelecer um contato amigável e conciliador com o seu cliente, afinal ele é que é o Rei.

Procure enfrentar esse problema com planejamento e estratégia, somente assim, você vencerá os obstáculos impostos por esse fator, você tem a obrigação de conhecer o ambiente negocial.  Não se esqueça que o segredo está na comunicação, essa é a sua principal ferramenta para solucionar o problema, trazendo o cliente para o seu lado, motivando-o a negociar a divida.

A Bolsa Família injetou uma quantidade enorme de recursos financeiros junto à população carente que sem instrução financeira e disciplina, saiu por ai gastando tudo o que percebeu, fomentando a inflação de demanda, causando o caos financeiro, por isso que a mídia sempre fala que o cidadão brasileiro está endividado. Hoje vivemos uma inflação de demanda e uma inflação de custo, esperando sinais de crescimento e desenvolvimento de nossa economia.

Com esse retrato, vimos que o consumidor da classe D e E estando endividado comprará menos e conforme a sua situação financeira certamente será um potencial devedor no mercado.

De acordo com o SPC, praticamente um quarto da população está com restrição de crédito em serviços de proteção ao crédito em todo o país, chegando a 55 milhões de pessoas.

Começo de ano com gastos relativos à IPVA, IPTU, material escolar, férias, carnaval o fim do túnel começa a ficar nebuloso e o descontrole levará a inadimplência.

As campanhas de renegociação de dividas pelas instituições têm minimizado o problema, mas não solucionado, temos uma instabilidade econômica e isso tem contribuído para que a situação piore.

Existe a necessidade de a economia crescer imediatamente, gerando empregos e renda, porém o novo Ministro da Fazenda dá sinais de aumento de impostos, o que a meu ver não é correto, esse é o caminho mais fácil. Se você não está vendo a cor do dinheiro em sua empresa demita funcionários, ao invés de buscar ferramentas e métodos administrativos de recuperação. Se você tem problemas de gestão no governo, aumente impostos e com isso gastos, não procure reduzir os gastos, gaste mais do que arrecada, isso é correto?

A Política está errada e se continuar a Inadimplência será infinita como o universo.

Tudo que conversamos me lembra um trecho da musica de Fabio Júnior: “ Muito Cacique para pouco Índio, muita luz e pouco som, as pessoas querendo ser o que não são.”